29 de dez. de 2010

Um costume da própria língua

Eu estava preparando a ceia do natal com minha mãe, fazendo o pudim de sempre cujo qual não pode faltar no nosso natal, quando um fato curioso me faz refletir:
 
 - Simey, me passa o leite moça?

Quase respondi: "não serve o condensado mesmo?". O fato que as coisas em geral estão trocando de nomes, e geralmente por marcas, é "a obra pelo autor" ou no nosso caso o produto pela marca.

Vamos reparar, além do leite condensado ter virado leite moça o que mas temos de exemplo: fermento em pó virou Royal, palha de aço virou Bom Bril, achocolatado virou Nescau, para os pobres que não conseguem comprar peru de natal compram o famoso Chester, lentes foto-cromáticas agora são Transitions, e por ai vai.

Só não descobri o motivo ainda, talvez pelo fato de ser mais bonito, mais chique talvez, ou a marca é símbolo de riqueza e falar o próprio nome é coisa de pobre, ou mesmo a usualidade. Mas o interessante da língua portuguesa é exatamente isso, essa usualidade, que da margem não apenas para esse tipo de "troca", como também para a "evolução" da língua. 

Além de dar margem, também, para as nossas piadinhas de sempre que as vezes se tornam sem graça e repetitivas, como a tradicional:

 - Eu fiz pavê!

 - Mas é pavê ou pacomê?

3 comentários:

Jonga Olivieri disse...

É a força do mershandising e da publicidade na vida de todos nós.
Bom um feliz Ano Novo... Pelo menos enquanto é isso mesmo!

Anônimo disse...

Gostei do seu blog, você escreve bem.
Parabéns!!!
Adoro coisas aleatórias, nós causam surpresas sempre hehe

Felicidades

Laurindo

Simey Lopes disse...

laurindo, obrigada, é verdade, suspresas são legais.