30 de jun. de 2012

Misterioso mundo de testosterona

Sabem ser carinhosos, românticos, cavalheiros, sabem impressionar, e como sabem conquistar, quando querem fazem de tudo para conseguir te deixar caidinha e completamente apaixonada, são capazes de dar a volta ao mundo, escalar o Everest, buscar os anéis de saturno, fazer um colar de estrelas, e dizer que fez isso só por você. 

Mas quando se tem a oportunidade de observar esse mesmo cara com outra garota você percebe o quanto ela é idiota e o quanto você foi o mesmo, a mesma história se repete. Alguns chegam a tanta cara de pau e usam exatamente as mesmas palavras, sem tirar nem por. E quando não conseguem mais ninguém, às vezes, vem correndo, com o rabo entre as pernas e carinha de cachorro na chuva, fazer mimos e agrados para te ter de volta. 

Não digo que sinto raiva, na verdade acho até engraçado. Dizer que todos são iguais e por isso não quero saber de mais nenhum, seria uma grande mentira minha. Pode ser difícil conviver com eles, se adaptar a forma de agir deles, agem por impulso e direcionados pela segunda cabeça, mas de uma coisa eu tenho certeza, viver sem eles é insuportável, perturbador e sem graça nenhuma.

25 de jun. de 2012

Trecho de Leitura - O Código Da Vinci

“ Sophie continuava calada, mas Langdon percebeu que ela começava a entender melhor o avô. Ironicamente, Langdon havia explicado a mesma coisa em uma aula ainda aquele semestre. “É surpreendente que nos sintamos divididos com relação ao sexo?”, indagou ele aos alunos. “ Nossa herança milenar e nossa própria fisiologia nos dizem que o sexo é natural – um caminho muito seguro pra gratificação espiritual -, mas, mesmo assim, a religião moderna deprecia o sexo, considerando-o vergonhoso, ensinando-nos temer os nossos desejos sexuais como se fossem inspirações demoníacas.”

Langdon resolveu não escandalizar os alunos acrescentando que mais de uma dúzia de sociedades secretas ao redor do mundo – muitas bastante influentes – ainda praticavam ritos sexuais e mantinham as tradições vivas. O personagem de Tom Cruise no filme De olhos bem fechados descobriu isso do pior jeito possível quando se infiltrou em uma reunião particular de membros de uma elite de Manhattan e ali se viu presenciando o Hieros Gamos. Infelizmente, os produtores do filme distorceram a maior parte dos detalhes, mas o principal estava presente – uma sociedade secreta comungando para comemorar a magia da união sexual.

“Professor Langdon?”, um aluno ergueu a mão no fundo da sala, em tom esperançoso, “ está dizendo que em vez de irmos a igreja deveríamos fazer mais sexo?”

Langdon não pode conter uma risada discreta, nem um pouco disposto a morder aquele isca. Pelo que tinha sobre as festinhas de Harward, aquela rapaziada estava transando até de mais. “ Meus caros”, disse, sabendo que pisava em terreno minado, “ talvez deva lhes sugerir uma coisa. Sem ousar defender o sexo antes do casamento, e sem ser tão ingênuo a ponto de achar que todos vocês aqui são uns anjos de candura, vou lhes dar um pequeno conselho sobre suas vidas sexuais.’

Todos os rapazes se inclinaram para ouvindo com toda a atenção.

“Da próxima vez em que se encontrarem a sós com uma mulher, sondem seu próprio coração e vejam se conseguem pensar no sxo como um ato espiritual e místico. Façam um esforço para encontrarem aquela centelha de divindade que os homens só podem obter através da união com o sagrado feminino.”

As mulheres sorriam, cheias de si, concordando.

Os homens trocaram risadinhas silenciosas e piadinhas sem graça.

Langdon deu um suspiro. Os universitários não passavam de garotos.”


O código Da Vinci – Dan Brown

24 de jun. de 2012

Momento final

- Mas... eu te amo!
- Não, você não me ama, Clarice.

Clarice parou de repente de andar, com os olhos cheios d’água, enquanto o via virar as costas, se afastar, queria fazer algo, mas não via o que, queria correr e segurá-lo bem forte para impedir que fosse embora, mas não conseguia, seu corpo todo havia se paralisado, como se tivesse tomado um choque, “você não me ama”, como assim? Essas palavras caíram como um peso tal em cima dela, que mesmo fazendo muito esforço não conseguia mandar ordens a seus músculos, não conseguia nem sequer pensar.

Ele continuava a se afastar, se aproximar da porta, sem nem olhar para trás, Clarice sabia que se ele chegasse a porta e a fechasse seria tarde de mais, a partir desse momento não teria mais chance nenhuma de tentar qualquer coisa. Mas a sua mente estava presa em um ponto: “é claro que eu o amo, como ele não vê? Ou será que não?” Até ali ela tinha certeza que o amava muito, um amor tamanho que não tinha olhos para mais nada, mas algo a incomodava, começava a pensar que talvez não, talvez ele estivesse certo, talvez ela não o amasse.

Mas, se não o amava tudo o que vivera fora mentira, porém ela sentia, se sentia era real, não era? Ou se enganará? Poderia o coração se enganar, fazer com que achasse que amava, mas na verdade não amava? Mas sentia, então o que sentia? Clarice não sabia mais ao certo. Talvez paixão, fascínio por encontrar alguém tão diferente, alguém que lhe ensinasse tanta coisa nova e lhe fizesse tão bem. Talvez conformismo, sendo isto não o merecia, seria ela muito criança para merecer alguém como ele?

Nesta hora um baque a tirou de seu devaneio, era o baque da porta batendo. Olhou em volta na esperança de vê-lo mais uma vez ali, sentado no sofá, ou tomando café, não estava lá. Clarice sabia, ele se foi, talvez para sempre, talvez voltasse, não sabia. Ele a amava, disso sabia, e agora, só disso que sabia. Também sabia que a porta se fechara, e, por causa de seu devaneio, não o vira sair. Agora só ficou com a imagem da porta, se ele olhou para ela antes de sair ou simplesmente saiu sem olhar para trás, Clarice nunca saberá.

19 de jun. de 2012

Delírios de outono

Por que a vida exige que sejamos fortes? Enfrentar tudo de cabeça erguida para que não caia, para que não demonstre fraqueza. Mas é realmente a vida que exige isso? Talvez a vida simplesmente nos de a oportunidade e viver, ela não impõem regras, não coloca obstáculos, ela não se complica ou se facilita, mas nos deixa escolher como queremos viver. Se ela não exige que sejamos fortes então buscamos tanto este status?

O que significa ser forte? Ter coragem? Não chorar? Se superar? Seguir em frente mesmo quando parece impossível? Querer ser mais do que é? Vencer barreiras? Ser forte para mostrar para a sociedade que você esta ali, continua lutando, mostrar que você é diferente das outras pessoas porque é forte, porque persistiu. Então é a sociedade quem determina que temos que ser forte, e não a vida.

Mas qual o problema de ser fraco? O que tem de mais chorar quando não se aguenta mais a pressão dentro de sua cabeça? Qual o problema de mudar de opinião de vez em quando? Nosso corpo é fraco, nosso alimento é fraco, o mundo em que vivemos é fraco e sensível a pequenas alterações de ambiente. Então porque a nossa mente tem que ser forte? E por que a fraqueza é tida como algo ruim e pejorativo?

Talvez a sociedade tenha mudado os conceitos, o que significa ser fraco talvez seja ser forte, e vice-versa. Talvez esses conceitos, simplesmente, não deveriam existir. Pois só existem porque nossa percepção de mundo é dual, composta de opostos. Isto causa a criação dos conceitos bom e ruim, e o fato de colocarmos estes conceitos como adjetivo de coisas especificas. Prefiro pensar que só existem maneiras diferentes de reagir, e não o modo fraco e o forte, o bom e o ruim.


“O problema não é problema, o problema é a atitude com relação ao problema.” Kelly Young.

17 de jun. de 2012

Fim e recomeço


Fim de história, coisa que acontece o tempo todo na vida, estamos sempre em um constante recomeço e entrelaçar de histórias, sempre começando algumas e terminando outras. É difícil quando o fim de uma não é tão agradável, ou não é esperado por nenhum dos lados, um termino por pura e espontânea pressão, ou como gostam de falar por aí, motivos de força maior. 

Mas a vida é uma coisa muito interessante, irônica e cruel ao mesmo tempo, o fim de uma coisa é, ao mesmo tempo, o inicio de outra, o fim de uma fase acompanhado é o inicio de uma fase sozinho, o fim do colegial é o inicio da faculdade, o fim de um texto é o inicio de outro. “O começo e o fim, na circunferência de um circulo, são iguais.” Já dizia Heráclito. Mas o que é vida se não um conjunto de ciclos, intermináveis ciclos. 

E nessa brincadeira de começo e fim, fim e meio, meio e começo, fim e recomeço, o que me resta, o que continua comigo sempre aqui sendo minha fuga e minha inspiração, dos grandes amigos, as palavras, que com elas leio, escrevo, crio, deliro e viajo. E a musica, ah, a musica, coisa maior não existe, tem alma, te compreende e está sempre ao nosso redor, até mesmo no silêncio, só precisamos parar para ouvi-la. 

Amigos, esses, que posso sempre contar, são fieis, já a vida me põe medo, as pessoas põem medo, sim, tenho medo delas. Mas aprendo, a conviver, a reviver, a escolher, a pensar, a persistir, a buscar, a viver. E se me perguntarem se me arrependo direi: não, não me arrependo, pois eu escolhi, e com essa escolha aprendo, cresço, evoluo. E se foi tempo perdido? Também não, o tempo que voe gosta de perder não é tempo perdido. 

Estou pronta para a próxima, para a próxima queda, o próximo começo, o próximo fim, a próxima escolha, a próxima encruzilhada. Posso errar ou acertar, posso não saber o que fazer, mas quer saber? A vida é minha e somente minha, e quero vive-la, cada momento seja lá o que ele signifique, pois só assim viverei de verdade, sem medo de chorar, da tristeza, do próximo passo, sem medo de ser feliz. Estou pronta para a vida.

13 de jun. de 2012

Trecho de leitura - Ponto de Impacto

“ As mão ensangüentadas de Corky seguravam o volante da lancha Crestliner Phanton 2100 enquanto ela saltava velozmente pelo mar. Ele tinha empurrado o acelerador até o limite, tentando atingir a maior velocidade possível. Só depois de deixar o Goya sentiu uma dor lancinante nas perna direita. Olhou para baixo e ficou tonto ao ver sangue jorrando da ferida. 

Apoiando-se no volante, virou para trás, torcendo para que o helicóptero estivesse no seu encalço. Como Tolland e Rachel haviam ficado na passarela não havia sentido esperá-los. Teve que tomar uma decisão instantânea. 

Dividir para conquistar. 

Corky calculou que, se conseguisse fazer com que o helicóptero até bem longe do navio, talvez os amigos pudessem usar o radio para pedir socorro. Infelizmente, olhando para o navio iluminado atrás dele, viu que o Kiowa ainda estava parado sobre o Goya, como se os atacantes estivessem indecisos. 

Andem, seus filhos da mãe! Venham atrás de mim! 

Mas o helicóptero não seguiu. Em vez disso manobrou até a popa do navio, alinhou-se com ele e desceu sobre o convés. Não! Corly olhava, aterrorizado, pensando que deixara Tolland e Rachel para trás indefesos. 

Seria ele, então, quem teria que enviar a mensagem de rádio pedindo ajuda. Tateou pelo painel e achou o rádio. Apertou o botão de ligar. Nada aconteceu. Nenhuma luz se acendeu. Não havia sequer estática. Virou o volume até o Maximo. Nada. Droga! Largou o volume e se ajoelhou, gritando ao sentir uma fisgada na perna. Olhou para o rádio, mas não podia acreditar no que via. O painel de controle tinha sido atingido pelas balas e estava destruído. Havia fios saindo pela frente. Corky ficou sem ação. 

Mas que azar desgraçado... 

Tremendo, levantou-se novamente, pensando no que mais poderia dar errado. A resposta veio do Goya. Olhou para o barco e viu dois soldados armados descerem para o barco. Depois a aeronave decolou novamente, vindo na direção da lancha a toda velocidade. 

O astrofísico ficou arrasado. Dividir para conquistar. Aparentemente não tinha sido o único que tivera aquela ideia brilhante.” 


Ponto de Impacto – Dan Brown

8 de jun. de 2012

Na brisa do amor

Areia clara, passando aos pés descalços uma sensação de maciez, as ondas lambendo a areia quente e provando junto o gosto dos pés que ali passam, provocando sensações opostas, quente e frio. O vento suave passando pelo rosto, espalhando o perfume dos cabelos e balançando-os. O céu, um tom de vermelho meio alaranjado, colocando o sol na cama e dando o beijo de boa noite. Na mão, apertando a mão da pessoa amada, sentindo seu corpo todo por ela, percebendo cada sensação provocada. 

Cada grão de areia em contato com pele, emoção de um beijo. Parece delírio, mas impossível evitar entusiasmo ao estar junto ao amor. Caminhada vai ficando densa, passadas fortes e vibrantes como as batidas do coração, mas o sentimento continua suave, como a brisa do mar. Risos soltos, piadas ao vento, aponta um pássaro no céu, comenta a beleza da quase noite. Um beijo suave impera na grandeza do momento. Beijos repetidos acompanhando os do mar na areia. 

Para o resto da noite? Deixa no ar. Talvez dali cada um siga seu caminho, talvez sigam juntos até a noite acabar. Não importa, só importa o momento, ali estão felizes, e enquanto estão felizes o momento é eterno. A mesma eternidade que o céu parece ter na noite mais linda em que lua não se esconde. O fim ninguém sabe, e para que saber? Basta viver o momento, e neste conta o eterno beijo.



6 de jun. de 2012

Viagem insólita

Dar-se conta de que as coisas mudam, independente do seu querer, para melhor, para pior, existe um equilíbrio entre os dois opostos, talvez um balanceamento de 1 pra 1, ou 1 pra 2, só para manter a reação estável, só para não dizer que foi fácil. Facilidade, uma expressão tão buscada, mas tão difícil de ser encontrada tanto quanto a felicidade, por acaso ou não, são tão parecidas também. Dizem que o que ao que é fácil não se dá o devido valor, mas ao que é difícil se associa o cansaço, o desanimo. 

Contudo, não adianta tentar entender, mudar, ignorar, a vida é assim, coisas acontecem o tempo todo, coisas mudam, outras continuam a mesma coisa, pessoas chegam e trazem alegria, outras se vão deixam saudade, algumas continuam em nossas vidas, talvez até o momento que não possam mais continuar, talvez até que o vento mude de direção, talvez até o fim da vida. A verdade é que não dá para saber quem é passageiro de longa ou curta viagem, somente estão ali, na sua vida, e como o ponto de vista nesta viagem é seu é você o motorista, é você quem diz por onde a condução irá passar, de acordo com essa decisão os passageiros seguem as suas viagens saindo e entrando. 

Não sei se existe alguma forma de mudar o caminho das pessoas que cruzam o seu, não sei se é algo que seja fácil de fazer, provavelmente não, nada que valia a pena é fácil, mas em minha pouca vida vivida já consegui me perder nos conceitos, contextos, fatos, ações e pensamentos, não consigo saber se é possível a existência de uma pessoa que fique em sua vida, ou se simplesmente elas só ficarão enquanto os caminhos forem os mesmos e depois irão ser apenas boas lembranças. 

Se precisamos organizar as coisa por importância eu não conheço a escala ou tabela que indica a regra, se existe algo na vida que tenha mais ou menos importância eu simplesmente não quero saber qual tem mais ou qual tem menos, prefiro acreditar que tudo tem a sua importância, tanto a felicidade quanto a tristeza, tanto o estudo quanto a diversão, tanto o amor quanto o dinheiro, o que define o valor de cada coisa é o que você acredita que te trará felicidade.

3 de jun. de 2012

Trecho de Leitura - Vinte mil léguas submarinas

“- Acredita na existência de polvos gigantescos, senhor? – estranhou Ned. 
- Muita gente já acreditou nisso. 
- Mas não pescadores como eu! 
- Um certo Olãus Magnus chegou a falar de um polvo do comprimento de uma milha, que se assemelhava mais a uma ilha do que a um animal! 
- É exagero. – garantiu o canadense. 
- Para mim é tudo fruto da imaginação. Existem polvos e calamares de grandes tamanhos, e lulas também. Mas nenhum do tamanho de uma baleia. Em alguns museus há polvos que ultrapassam os dois metros. 
- Ainda são pescados nos dias de hoje? – perguntou Ned Land. 
- Pelo menos os marinheiros afirmam vê-los. Mas ocorreu um fato espantoso que não permite negar completamente a existência desses animais. 
- Qual é? – perguntou Ned Land. 
- Em 1861, a nordeste da ilha de Tenerife, a tripulação de um navio avistou um calamar gigantesco. Atiraram os arpões. Sem resultado. Os arpões atravessavam suas carnes moles! O monstro desapareceu no mar. 
- Qual era seu tamanho? – perguntou Ned Land. 
- Não teria seis metros? – interrompeu Conseil. 
- Exatamente. – respondi. 
- A cabeça não possuía oito tentáculos que se agitavam na água como serpentes? 
- Absolutamente correto! 
- Os olhos colocados no alto da cabeça não eram enormes? 
- Sim, Conseil! 
- A boca não possuía um bico terrível? 
- Realmente! 
- Neste caso, aqui está um de seus irmãos! 
Arregalei os olhos, surpreso.” 


Vinte mil léguas submarinas – Julio Verme