“- Acredita na existência de polvos gigantescos, senhor? – estranhou Ned.
- Muita gente já acreditou nisso.
- Mas não pescadores como eu!
- Um certo Olãus Magnus chegou a falar de um polvo do comprimento de uma milha, que se assemelhava mais a uma ilha do que a um animal!
- É exagero. – garantiu o canadense.
- Para mim é tudo fruto da imaginação. Existem polvos e calamares de grandes tamanhos, e lulas também. Mas nenhum do tamanho de uma baleia. Em alguns museus há polvos que ultrapassam os dois metros.
- Ainda são pescados nos dias de hoje? – perguntou Ned Land.
- Pelo menos os marinheiros afirmam vê-los. Mas ocorreu um fato espantoso que não permite negar completamente a existência desses animais.
- Qual é? – perguntou Ned Land.
- Em 1861, a nordeste da ilha de Tenerife, a tripulação de um navio avistou um calamar gigantesco. Atiraram os arpões. Sem resultado. Os arpões atravessavam suas carnes moles! O monstro desapareceu no mar.
- Qual era seu tamanho? – perguntou Ned Land.
- Não teria seis metros? – interrompeu Conseil.
- Exatamente. – respondi.
- A cabeça não possuía oito tentáculos que se agitavam na água como serpentes?
- Absolutamente correto!
- Os olhos colocados no alto da cabeça não eram enormes?
- Sim, Conseil!
- A boca não possuía um bico terrível?
- Realmente!
- Neste caso, aqui está um de seus irmãos!
Arregalei os olhos, surpreso.”
Vinte mil léguas submarinas – Julio Verme
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