3 de jun. de 2012

Trecho de Leitura - Vinte mil léguas submarinas

“- Acredita na existência de polvos gigantescos, senhor? – estranhou Ned. 
- Muita gente já acreditou nisso. 
- Mas não pescadores como eu! 
- Um certo Olãus Magnus chegou a falar de um polvo do comprimento de uma milha, que se assemelhava mais a uma ilha do que a um animal! 
- É exagero. – garantiu o canadense. 
- Para mim é tudo fruto da imaginação. Existem polvos e calamares de grandes tamanhos, e lulas também. Mas nenhum do tamanho de uma baleia. Em alguns museus há polvos que ultrapassam os dois metros. 
- Ainda são pescados nos dias de hoje? – perguntou Ned Land. 
- Pelo menos os marinheiros afirmam vê-los. Mas ocorreu um fato espantoso que não permite negar completamente a existência desses animais. 
- Qual é? – perguntou Ned Land. 
- Em 1861, a nordeste da ilha de Tenerife, a tripulação de um navio avistou um calamar gigantesco. Atiraram os arpões. Sem resultado. Os arpões atravessavam suas carnes moles! O monstro desapareceu no mar. 
- Qual era seu tamanho? – perguntou Ned Land. 
- Não teria seis metros? – interrompeu Conseil. 
- Exatamente. – respondi. 
- A cabeça não possuía oito tentáculos que se agitavam na água como serpentes? 
- Absolutamente correto! 
- Os olhos colocados no alto da cabeça não eram enormes? 
- Sim, Conseil! 
- A boca não possuía um bico terrível? 
- Realmente! 
- Neste caso, aqui está um de seus irmãos! 
Arregalei os olhos, surpreso.” 


Vinte mil léguas submarinas – Julio Verme

Nenhum comentário: