24 de fev. de 2012

Trecho de Leitura - A farsa

“ - Já revisou o avião inteiro? – perguntou Marti, de braços cruzados ao lado do piloto. 
- De alto a baixo. Fora o Sr. Palumbo, não tem mais nenhum passageiro a bordo. 
- Impossível. – Marti lançou um olhar acusador para Von Daniken. – Temos provas de que o prisioneiro está a bordo. 
- E que provas são essas? - Perguntou Palumbo. 
- Não faça joguinhos comigo – disse Marti, - sabemos quem o senhor é e para quem trabalha. 
- Sabem mesmo? Então eu acho que posso contar para os senhores. 
- Contar o que? – perguntou Marti. 
- O cara que vocês estão procurando... jogamos ele do avião meia hora atrás, naquelas suas imensas montanhas. Ele disse que sempre tinha sonhado em ver os Alpes. 
Os olhos de Marti se arregalaram. 
- Não... 
- Quem sabe foi isso que travou a turbina. Ou isso ou um ganso. – Palumbo olhou pela janela, balançando a cabeça, divertindo-se. 
Von Daniken puxou Marti de lado. 
- Parece que as nossas informações estavam equivocadas, Herr Justizmimister. Não há nenhum prisioneiro à bordo. 
Marti devolveu seu olhar, lívido de raiva. Uma corrente elétrica varou seu corpo fazendo estremecer os ombros. Com um meneio de cabeça para o passageiro, ele desceu do avião. 

Um único soldado de choque continuava na porta, Von Daniken acenou que descesse. Esperou o soldado desaparecer escada a baixo para tornar a virar para Palumbo. 
- Tenho certeza de que nossos mecânicos vão conseguir concertar sua turbina o quanto antes. Caso o tempo continue ruim e o aeroporto fique fechado, o senhor poderá se hospedar no Hotel Rossli, um pouco mais abaixo nessa mesma rua, e bastante confortável. Queira aceitar as nossas desculpas por qualquer incomodo. 
- Desculpas aceitas. – disse Palumbo. 
- Ah, a propósito – disse Von Daniken, - Eu por acaso encontrei isto aqui no chão. – Chegou mais perto, deixou cair o objeto pequeno e duro na palma da mão do agente da CIA. – Confio no senhor para nos transmitir qualquer informação relevante. 
Palumbo esperou Von Daniken descer da aeronave antes de abrir a mão. 
Em sua palma havia uma unha arrancada e ensaguentada.” 


A Farsa – Christopher Reich

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