15 de fev. de 2012

Entre espelhos e janelas

Olho para um lado, vejo uma pessoa, refletida em um vidro, com fundo conhecido, uma imagem mais do que conhecida, uma cena que é sempre representada da mesma maneira, muda de vez em quando a roupa que a personagem retratada na imagem está usando, mas sempre o mesmo motivo, o mesmo cenário, os mesmos movimentos, sempre uma cena esperada, se surgir ao inesperado refletido haja susto, uma coisa sobrenatural, nunca vejo nada de novo, sempre o previsível. 

Olho para o outro lado, também através de vidros vejo, mas vejo agora outra cena, e sempre que olho é uma cena diferente que aparece diante de meus olhos, o mesmo cenário, não, a mesma paisagem, pois mesmo sendo a mesma paisagem, o cenário sempre é diferente, cada vez pessoas diferentes, atitudes diferentes, momentos, movimentos, reações, sempre surge o novo, o inesperado, é cativante parar para observar: “o que será que vem agora?” como um filme, uma sucessão de cenas. 

Vejo sempre vidro em volta, mas um vidro reflete uma monotonia e o outro reflete uma constante mudança, mesmo assim ainda são vidros, e eu me encontro aqui, entre esses dois vidros, em uma cena diária, que não necessita de mudança, mas se mudada gera mais mudanças. Encontro-me aqui, talvez em uma situação de escolha, talvez em uma situação de inclusão, escolher através de qual vidro olhar, tentar juntar as duas imagens que estão diante de mim.

8 comentários:

Raquel disse...

Dificil não é nem a escolha a se fazer, mas a atitude da escolha né... tem horas que eu me sinto presa no lado monótono... tem horas q eu me sinto ao meio, e nos momentos mais divertidos estou em meio a mudanças constantes (algumas dificieis, mas sempre positivas)!

Simey Lopes disse...

Ludi
as vezes nem se percebe que há uma escolha... as vezes só se vê o lado espelhado... questão de ponto de vista.

Jonga Olivieri disse...

Você já leu Sartre?
Porque este papo tem muito a ver com o Existencialismo, movimento em que o pensamento filosófico centra-se no "ser" humano... Não meramente o "ser" pensante, mas as suas ações, seus sentimentos e a vivência de um "ser" humano, como "ser" individual.
Além de Jean-Paul Sartre tambem Schopenhauer, Kierkegaard, Nietzsche e Heidegger foram importantes pensadores dessa corrente filosófica, muito importante nos séculos 18 e 20...

Jonga Olivieri disse...

Difíceis essas letrinhas duplas que você colocou aí, Simey!

Simey Lopes disse...

Jonga, acho que ja devo ter passado pelo tema em algum livro ou aula, mas de cabeça acho que não, tenho curiosidade de ler obras dos maiores icones da filosofia, mas enfim.
Que letrinhas duplas?

Anônimo disse...

INTERESSANTE. SUA MÃE

Jonga Olivieri disse...

As letrinhas são aquelas para aprovação dos comentários. É que agora são duas palavras e antes era uma só.
Você não acha que isto dificulta as pessoas comentarem no seu blogue?
Acho mais do que suficiente a exigigência da aprovação do comentário...
Bom, lá vou eu escrever ybrale (espaço) meedish...

Simey Lopes disse...

Jonga, a sim concordo plenamente.... mas não sou eu quem configura... ao menos não sei com fazer.
vou ver o que consigo fazer a respeito, obrigada pelo aviso.