28 de fev. de 2011

Divã das princesas - Chapeuzinho Vermelho

Oi doutor.

Sou a Chapeuzinho Vermelho, mas pode me chamar de chapéu mesmo. Coisa de adolescente, gostamos de encurtar as palavras.

O que eu faço aqui? Bem, nem eu sei o que eu faço aqui, acho que é para reclamar do meu conto, se é não terei problemas, pois tenho isso é o que não falta, meu conto é muito injusto!

Por que? Vamos começar do início, que do final é difícil. Sou uma menina que é obrigada a andar quilômetros para levar doces até a casa da minha avó, começando que nem gosto tanto daquela velha, por que outro neto não vai levar os doces? Não gosto de andar!

Sim, ela estava doente, é compreensível, mas é muito chão para andar e adolescente não gosta de ficar sozinho, precisa de alguém para conversar, além do que eu estava pensando em um possível futuro namorado, você sabe, aquele vale é muito chato sem um garoto, então o lobo puxa assunto comigo distraída, nem percebo com quem ou o que estava falando.

Não, sou uma moça, tenho o direito de pensar nisso, e esse é um dos pontos injustos, todas as princesas tem um príncipe bonito para poderem ter um felizes para sempre, eu não.

Mas enfim, nem colocam um vilão decente no meu conto, e ainda me fazem de menina boba, onde já se viu um vilão tão idiota de achar que se disfarçar de velhinha, ora ora quem não desconfiaria, o pior é me colocar de menina boba e me fazer acreditar nesta historinha, e ainda tem o tal lenhador que resolve ser mágico.

Acaba tudo bem? Isso não é final de conto que se preze, eu queria  pelo menos um príncipe bonito que viesse me salvar do lobo em um cavalo branca, como todas as outras princesas, elas podem, por que eu não?

Um comentário:

Jonga Olivieri disse...

Muito bom, Simney, essa série de "contos de Fada" reinterpretados à luz de uma visão realística e moderna é simplesmente SEN-SA-CIO-NAL!
BRAVÍSSIMO!!!