Eu quero um lugar longe de tudo, bem distante de todas pessoas, coisas, lugares, de tudo, quero um lugar grande, o bastante para que meus olhos não alcance nada mais do que chão e céu, a pura linha do horizonte contínua e completa, um lugar vazio onde só tenha talvez mato, talvez areia, talvez neve, talvez asfalto, não importa, quero me sentir sozinha, em um lugar grande o suficiente para eu me libertar e caber no espaço.
Quero voar alto, o mais alto possível, quem sabe me encontrar com Ícaro no sol, ou chegar ao Olimpo. Quero gritar, gritar o quanto os meus pulmões aguentem, até perder a voz, gritar a tal volume que o mundo inteiro me escute, mas me ignorem. Quero viajar pra dentro de mim, para um lugar onde seja possível eu me entender, me encontrar, me ver, me escutar,me querer. Quero um pouco de barulho, um pouco de silêncio, um pouco de luz, um pouco de escuridão, um pouco do simples, um pouco do complexo, quero um pouco do poder de pensar e um pouco do poder de não pensar, o mais puro silêncio.
Quero um pouco da inteligência das melhores mentes da ciência, e um pouco da ignorância das pessoas mais felizes do planeta, quero um pouco do prazer de estar só, do prazer da minha companhia e de me conhecer, e um pouco do prazer de estar junto de alguém e de conhecer este alguém mais que a mim, que só quem ama de verdade sente. Só quero um pouco de mim mesma.
4 comentários:
No final do texto vc concluiu o seu "querer".
Marcos.
Nas palavras de Clarice Lispector: "Não escrevo o quero, escrevo o que sou."
Voar é com os pássaros, menina. Vai alto... E escute o barulho do silêncio que existe dentro de cada um de nós! E somente nós mesmos podemos escutar...
Sim, a liberdade dos pássaros não tem preço...
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