15 de abr. de 2011

Qual realidade?

Viajando pelo universo da filosofia, perdida entre textos e textos, um deles me chamou atenção, apesar de ser um texto bastante conhecido e muito comentado, é um texto que permite uma interpretação em diversos assuntos, e que cada pessoa pode fazer uma diferente em diferentes momentos de sua vida. Bem relativo, assim como filosófico: "A Alegoria da Caverna" de Platão. ( http://umascores.com.br/blog/wp-content/uploads/livros/platao/o_mito_da_caverna.pdf )

Neste texto Platão nos compara a prisioneiros em uma caverna cujos só conseguem ver sombras projetadas em um murro, e tomam aquilo que estão acostumados como realidade. Alguns pontos, em particular, me chamaram atenção, cujos os quais gostaria de mostrar meu ponto de vista, principalmente de como se compara ao mundo atual.

Em um primeiro instante quando um dos prisioneiros é libertado ele, naturalmente, sente dor ao olhar para luz, pois sempre viveu olhando para as sombras. Neste momento eu achei uma encruzilhada em que se encontram muitos quando dão de cara com a "verdade": conforto ou sabedoria. Esse prisioneiro poderia fazer duas escolhas: poderia simplesmente ignorar esse ponto de vista que lhe é apresentado, seja por conforto, facilidade ou medo do incerto, ou poderia seguir em frente e descobrir esse novo mundo, seja por curiosidade ou por sede de sabedoria e conhecimento.

O interessante é que para as pessoas, muitas vezes é apresentado esse novo mundo, esse novo ponto de vista, e em vez de estarem abertas à uma possível argumentação saudável, por costume ou preguiça, ou seja lá os conceitos que já estão transplantados em seu cérebro pela imposição da sociedade, simplesmente ignoram ou acham que estão ficando "paranóicos". São poucos os que tomam a atitude que Platão destinou ao seu prisioneiro.

Em um segundo momento Platão manda esse ex-prisioneiro de volta à caverna e diz que ao contar aos outros sobre esse novo ponto de vista os outros dizem que estão louco. Neste ponto vi mais uma situação onde algumas pessoas que aceitam esse novo ponto de vista desistem da "verdade', seja a razão o fato de convencerei-na, ou ela mesma se convencer, de que realmente ela está louca e tenta "voltar à realidade" imposta pela sociedade, ou por achar que não tem forças para lutar contra a mesma.

Penso que cada um tem o seu momento de "desilusão", se uma determinada pessoa conseguiu ver esse novo mundo é porque é o momento dela, irá querer mostrar a todos, mas irá se decepcionar pois nem todos estão preparados esse choque com a "realidade" em que foi criado o seu mundo, essa pessoa pode conseguir mostrar à outras, mas não desistir ou se intimidar ao ver que muitas não aceitarão o seu  ponto de vista.

3 comentários:

Jonga Olivieri disse...

A partir de suas reflexões sobre a caverna, Platão chega ao cinema, quando comenta sobre as sombras que se projetam ao fundo com aluz do sol.
Este fenômeno, um defeito ótico nosso, cuja classificação é "Persepção das Imagens na Retina", é, simplesmente o mesmo do cinema.

Victor Maia disse...

É como dizia o Nietzsche, que dizia algo parecido: Aquele que busca a verdade não pode atingir o conforto. É uma escolha ( muito difícil de escolher). Já que tu perambulas pelo mundo das palavras, sou levado a crer que tua escolha é a verdade e não o conforto.

Simey Lopes disse...

Victor Maia, sim, de certa eu escolhi a verdade, mas como toda pessoa que escolhe a verdade, escolhi a verdade que mais lógica da na minha maneira de ver, cada um tem a sua, o importante é estar buscando a tal explicação, e não se conformar com um: porque sim.