Despertou lentamente, levando alguém tempo para perceber as coisas ao seu redor, uma a uma. Sentiu, primeiro, a maciez em seu rosto entre os cabelos revoltos que se espalhavam pela superfície. Sim estava na cama. Abriu os olhos devagar, sentindo a pressão nos olhos de um sono bem dormido, viu tudo branco à principio, a medida que seus olhos foram se adaptando ao dia, a luz foi diminuindo e tomando foco. Então viu a fresta da cortina por onde o sol se esgueirava e vinha lhe dar bom dia.
Começou a sentir cada parte de seu corpo, as pernas embrulhadas no lençol, os braços jogados ao redor da cabeça, e nas costas um único ponto macio que exercia uma leve pressão contra ela. Uma mão estava ali, olhou para o lado e viu: o corpo que ela conhecia toda a geografia, cada detalhe, pinta e movimento, jazia ao seu lado em um sono profundo que só o cansaço podia proporcionar. Neste momento se lembrou da note anterior.
Uma confusão de braços e pernas em movimentos constantes, a leve pressão de uma pele encostada na outra, o respirar arfado e cheio de desejo. A troca de gemidos e beijos. Enfim na janela o clarear calmo de mais um nascer do sol. Sorrindo para as imagens em sua cabeça, ela se virou, abraçou aquele ser único, sentindo sua pele e sua respiração suave. Fechou os olhos e se deixou dormir novamente.